A Cozinha Astrológica

L’art de la cuisine par Vincenzo Campi

δ

Marie Geberg e Monique Maine

Titulo original: La cuisine astrologique
Tradução de Franco de Sousa

Uma Ciência tão Velha quanto o Mundo

Os Caldeus foram os primeiros a praticar a astrologia dietética e médica. Bem rapidamente se expandiu pela Terra. O uso dos horóscopos médicos esteve muito em voga na época da Grécia clássica.

Hipócrates, o pai da medicina, era um fabuloso astrólogo. Servia-se da sua ciência para curar, evitar as doenças. Considerava que nisto tinha ela um lugar de primeira plana. Os seus conselhos e os seus cuidados tinham a sua fonte nos astros, que ele nunca deixava de consultar e que lhe trouxeram fama.

Com a continuação, médicos e astrólogos trabalharam juntos. Cátedras de Astrologia se abriram no século XIII nas maiores cidades: Paris, Roma, Florença, Viena e, principalmente, Praga, a antiga, a capital do estudo dos astros.

E perdemos todos estes segredos.

Outrora, só os grandes sacerdotes tinham o monopólio dos tratamentos e da Astrologia. Ensinavam, então, uma outra maneira de viver, de ter cuidados com a saúde, com a alimentação, como se houvesse a cada momento da vida de cada indivíduo um tratamento, uma alimentação apropriada, um modo de vida preciso.

Contudo, é fácil reencontrar os paraísos perdidos. Apresentamos pontos fortes e pontos fracos de constituição, de saúde e de nascimento. Existe uma correlação profunda entre os planetas e o homem. Porque o estudo de um tema astrológico permite conhecer as zonas de fraqueza de um indivíduo, as suas predisposições para certas doenças, os seus desregramentos e os períodos em que o seu potencial vital aumentou ou diminuiu. Todo o planeta em queda ou em exílio num tema assinala uma fraqueza patológica.

Como não podem existir dois seres fisiologicamente semelhantes, nem dois seres semelhantes perante o acontecimento, tem de se ter em consideração a especificidade de cada caso. Duas pessoas afetadas pela mesma doença reagirão diferentemente perante o mesmo tratamento.

A Astrologia, estudando cada problema separadamente, permite reconhecer com precisão a natureza do indivíduo, e cada caso é observado segundo o horóscopo preciso do nascimento.

Em linhas gerais, daqui podemos retirar algumas leis simples.

Existem quatro grandes temperamentos de base

O bilioso corresponde aos signos da fogo;
O nervoso aos signos do terra;
O sanguíneo aos signos do ar;
O linfático aos signos da água.

Cada planeta está ligado a uma grande função:

Vênus rege as glândulas endócrinas e a tiroide;
A Lua, os líquidos do corpo e da linfa;
Marte, a circulação sanguínea;
Netuno, o psiquismo;
Urano, o sistema nervoso;
Júpiter, a vesícula biliar;
O Sol, o coração;
Saturno, o esqueleto e os dentes;
Mercúrio, a cabeça.

Cada signo apresenta pontos fortes e pontos fracos. Estes, curiosamente, começam pelo crânio, com o Áries, primeiro signo do zodíaco, para descer com cada signo ao longo do corpo e acabar nos pés, com os Peixes, últimos da lista.

Tudo o que um ser humano absorve está em estreita relação com os astros.

Na fitoterapia, cada planta é regida por um signo ou um planeta. Exemplo: o Sagitário tem necessidade da quelidônia e da cavalinha. O Leão procura o heliotrópio e o pilriteiro.

A homeopatia mantém uma estreita relação com o céu porque o corpo é composto por doze sais. Existem doze planetas e doze signos. Cada sal corresponde a um signo e a um planeta. Exemplo: a fluorina, ou fluorite, é o sal de Saturno e o cálcio fosfórico o de Câncer.

Os regimes dependem do signo zodiacal, que está em estreita relação com certos elementos.

O tema demonstra então que tipo de alimentação é necessário a cada pessoa.

A Cozinha Astrológica

Que pode saber-se pela astrologia?

Cada um de nós possui o seu pequeno esquema pessoal, porque nunca existem dois temas semelhantes, nem dois seres, mesmo gêmeos, que possuam o mesmo destino.

É possível prever a data ideal para viajar, que dia escolher para casar, começar um negócio, arriscar uma tentativa de recorde do mundo.

É mesmo possível adiantar ou atrasar a hora do nascimento de uma criança para lhe permitir vir à luz no momento mais favorável para o seu destino e, enfim, conhecer as suas linhas de direção, as suas tendências, os seus pontos de força ou de fraqueza para os remediar.

Mas nem Tudo está Escrito

Em astrologia dietética, como em astrologia humana ou médica, os astros «inclinam-se», mas não «determinam». A hereditariedade genética pode ser inscrita num tema, o legado biológico acumulado pelos nossos pais é-nos entregue pelo ascendente solar e pelo planeta senhor do ascendente. Todavia, as grandes linhas não dão mais do que indicações, e a parte de cada um não está definitivamente fixada.

Tratar-se, alimentar-se, divertir-se, dependem, enfim, por vezes, do ínfimo acaso, e, se a indicação existe, não é imperativa.

É assim possível compor toda uma fascinante alquimia dos diversos alimentos de uma cozinha aleatória e mágica, onde a ração de cada um é indicada, mas nunca imposta com o rigor da certeza.

Áries

À mesa: autoridade e carnes suculentas.

Aí está um chefe! Talvez por estar à frente: primeiro signo do zodíaco na lista cronológica.

Como todos os dirigentes, senhor ou senhora, não pode perder tempo. Entra num restaurante com passo de conquistador. Num relance de olhos escolheu a mesa. Com toda a rapidez, diz o que quer ao empregado e torna-se irascível, mesmo violento, se aquilo que pediu se faz esperar. Tem de vir logo.

Os pratos ricos e condimentados são o seu regalo. Tem necessidade do «consistente» para alimentar a sua poderosa musculatura e é preciso que não o façam esperar. Se tiver de o receber em sua casa, exponha muitas vitualhas suculentas numa toalha de cores gritantes. Vinhos tintos, pimentões, caril, pato de cabidela e costeleta de vaca representam as suas preferências. Ele «refaz-se» com boa carne em sangue.

Não caia no ridículo oferecendo-lhe coisas insossas e diluídas tipo vegetariano. As cenouras não são o seu raio de ação. E, pior do que tudo, evite o caranguejo. Ele não suporta arrancar o miolo àquelas cascas com pinçazinhas. Aquilo enerva-o. Corre mesmo o risco de ficar doido, a não ser que liberte as suas tensões batendo com o punho na mesa com o objetivo de esmagar de uma vez para sempre o animal recalcitrante ao mesmo tempo que todo o obstáculo inanimado ou vivo que se encontre no seu caminho. Pode então tomar-se quase ou mesmo brutal.

Porque ele representa a energia, a manhã, a Primavera e a sua ascensão irresistível de seiva, a juventude, a autoridade, a batalha, a ventania, o ciclone. Devora. Engole. Não se demora à mesa nem noutro lado. Como para se recompor, não para se divertir.

Corre então o risco de se congestionar um tanto. O sangue sobe-lhe facilmente à cabeça. Evite as discussões inúteis. Mas, julgando estar a proceder bem, também não tente serená-lo com modos adocicados ou um ambiente acolchoado. Tem horror a isso. É melhor servir-lhe a refeição rapidamente ao som de uma música militar, cujas percussões lhe encantarão o ouvido e lhe ajudarão o estômago a digerir.

Compreendeu bem? A receita é simples.

Carnes suculentas e concertos das bandas da marinha ou, em último caso, a charanga da aldeia, e pode ter a certeza de encontrar um Áries feliz.

Aquilo de que gosta

– Atacar, mesmo à mesa, e com música. Os alimentos ricos, as carnes suculentas e tudo o que é vermelho: os pimentões, os tomates, os frutos, os molhos, os gelados vermelhos, os sorvetes coloridos com predominância vermelha.

– A cozinha árabe, as iguarias africanas, o que é salgado, apimentado e, principalmente, o que congestiona.

Aquilo que detesta

– As dietas, o vegetarianismo, o macrobiotismo, as saladas cozidas, os cereais, os pratos desenxabidos.

– O tirar a casca aos caranguejos, mexilhões.

– A cozinha chinesa, a japonesa.

– As músicas xaroposas e as refeições que se arrastam.

O que é bom para ele

– O sal grosso do mar, os sumos de mirtilo e de groselha.

– O queijo.

– As bebidas quentes não açucaradas. O vinho tinto, quente, no Inverno. O sal grosso do mar, os sumos de mirtilo e de groselha.

– O atum, linguado, barbo, truta, salmão fresco. Todos os legumes com raízes: cenouras, nabos, cercefi, rabanetes rosados e negros, girassóis, cebolas cruas. Os alhos-porrós, o alho, o cebolinho, as couves verdes, as endívias, o taráxaco, as algas dietéticas.

– O arroz integral, a aveia, o trigo, o trigo mourisco, o milho miúdo em sêmola, as bolachas de centeio, o milho, a cevada.

– O frango, o carneiro, as carnes vermelhas grelhadas ou cozidas. As maçãs, os morangos, as castanhas, as amêndoas, as avelãs.

O que lhe faz mal

– Tudo o que o congestione e lhe suba à cabeça: os condimentos, as especiarias, as fragrâncias, a pimenta, os pigmentos, o caril.

– As carnes de conserva, a charcutaria gorda, a manteiga.

– O leite, os ovos, os peixes gordos, os crustáceos.

– Os espargos, berinjelas, alcachofras, pepinos, couves vermelhas, beterrabas, batatas, agriões.

– As laranjas, ananases, bananas, figos, tangerinas.

– Os sumos químicos de frutos, a cerveja, a limonada, o chocolate e, principalmente o açúcar, que é muito mau para a sua circulação cerebral.

Touro

À mesa: sensualidade e grande farra.

Signo da terra, o Touro adora a vida. Serve-se de todos os seus sentidos e, à mesa, esta sensualidade é transbordante. Gosta realmente de comer.

Reconhece-se pela boca gulosa, muitas vezes acentuada por uma covinha. O abuso das pastelarias acentuará o seu lado «nutrido» e comporta o risco de trazer celulite a uma dama Touro.

Cozinhar o seu brinquedo, principalmente em boas condições, com todos os ingredientes necessários e os instrumentos adequados. Mas fará proezas, mesmo com um fogão de campismo. A sua engenhosidade não tem limites quando se trata de alimentos. Principalmente quando está apaixonado…

A sua satisfação começa com o aperitivo, que anuncia a hora esperada. Os sons e cheiros vindos da cozinha alegram-no. A cabeça volta-se para lá e cresce-lhe água na boca.

Tem necessidade de abundância. Só gosta de cocktails faustosos em aparadores transbordando de vitualhas. Um prato magro desguarnecido deixa-o triste. Alguém que coma mal parece-lhe suspeito. É o autor do ditado «Um homem honrado sente-se bem à mesa». Apreciador, mas principalmente. glutão, perde a cabeça perante a quantidade.

Tudo para ele é pretexto para comer; a hora da merenda, uma insônia, um aniversário ou o anúncio da Primavera desencadeiam o seu reflexo condicionado: a grande farra.

Em viagem, disto tira partido para saborear todos os pratos regionais das províncias do país que atravessa.

Faz o assédio a uma boa mesa e ali se senta tal como se instala num apartamento, tomando posse dos pratos, do sal, da pimenta, das flores e até dos seus vizinhos. Os casamentos são a sua paixão. Tudo o torna lírico: fazer brindes, ouvir os discursos, voltando às entradas, ouvir anunciar os nomes dos vinhos e dos pratos. Rebolaria na toalha se pudesse.

Marcará sempre um novo encontro com um convite para almoçar. É o seu teste. Transcendido pela comida, vê como que em radioscopia o íntimo do seu companheiro e nunca se engana quanto às suas intenções.

Este grande devorador insaciável é um romântico. Gosta de jantar como apaixonado, com velas, com o ser eleito, e, como é sensível à excitação das cores violentas, uma toalha vermelha pô-lo-á louco de paixão. Nessa altura não tentem resistir. Nada resiste ao desejo taurino.

Aquilo de que gosta

– Os alimentos muito ricos.

– Os bons pratos em grandes quantidades.

– A abundância.

– As tradições gastronômicas.

– As verdadeiras refeições.

– Os vinhos tintos, os Dão, os licores.

– Todas as carnes, especialmente de vaca, de carneiro, de porco em salmoura. O fricassé de vitela, carne de porco salgada com ervilhas, os cogumelos com creme, a pasta de fígado, ganso conservado em gordura, os legumes farináceos.

– Doçarias: os bombons, as confeitarias, os chocolates com recheio de licor. Em geral, tudo o que faz engordar e tudo o que é açucarado, gorduroso.

Aquilo que detesta

– A frugalidade, as pequenas rações, os alimentos tristes sem temperos. Os legumes cozidos em água, os caldos de alhos-porrós, os simples grelhados, os jantares mesquinhos, comer à pressa e de pé. Jantar no bar. Fazer dieta. Viver com uma pessoa macrobiótica.

O que é bom para ele

– Todos os alimentos que contenham iodo (bom para a sua tiroide) e sulfato de sódio: o sal marinho não refinado, os peixes e os crustáceos, as vitaminas A e E associadas, os espinafres, beterrabas, acelgas, pepinos, couves-flores, cebolas, rabanetes, abóbora, abóbora-menina, aipo, salada, agriões, cerefólio, estragão, salsa, serpão, o tomilho, o alho, cebolinho. As sopas de legumes.

– O trigo, a cevada, o milho, o arroz integral, o milho mourisco, a aveia. As carnes brancas, a vitela, o frango, os grelhados.

– Um pouco de vinho tinto.

– Os queijos brancos, todos os frutos, exceto as maçãs. As tisanas. E beber enquanto come.

O que lhe faz mal

– O porco, o ganso, o pato, o fígado gordo, os legumes farinhentos, as pastelarias, os doces, os chocolates.

– O borgonha, o champanhe, os álcoois, os licores, o café, e principalmente o tabaco, que irrita a sua frágil garganta.

Gêmeos

À mesa: inteligência e desprezo pela comida.

Eles não vão ao restaurante para comer, nem se sentam à mesa para se recomporem. Perguntamo-nos o que estão eles lá a fazer e eles a si o perguntariam também se a questão lhes interessasse.

Brincam com os utensílios e agitam os talheres numa parada misteriosa. Tentar conciliar o inconciliável; e, como são muito inteligentes, farão que acreditem que o conseguem. Em vez de sorrirem, procurarão hipnotizar-vos. Debicam, afastam as comidas terrestres demasiado ricas, alimentam-vos com palavras.

Sonham em convidar-vos para um jantar de reconciliação, no decorrer do qual se zangariam pelo prazer de recomeçar com tudo aquilo.

Se vos amarem, devoram-vos com os olhos esfarelando o pão, tentando ler nos vossos olhos a vossa emoção perante o seu gênio. Se algum imponderável lhes desagrada, levantam-se da mesa, sem esperarem e sem se preocuparem com as consequências.

Espalham cascas de noz na toalha, procurando inconscientemente as proteínas necessárias ao trabalho intenso do seu cérebro. Esquecem-se daquilo que comeram ao meio-dia. Estão noutro lado, no vosso espírito, no vosso mental, na vossa cabeça, mas não convosco.

Na sua companhia, não correm o risco de engordar. Podem seguir uma dieta, fazer experiências alimentares ou deixar completamente de encher os pratos. Eles não se preocupam com isso. Nem sequer se aperceberão disso, principalmente se a vossa conversa se apagar perante a sua, porque eles são belos conversadores. Amam o impossível, a harmonia das ideias, a supremacia intelectual. O seu contato suavizante escapa ao banal mortal e a sua complexidade a um entendimento médio.

Não se sentam à mesa, flertam com ela; sentados na beira da cadeira, quase lhe voltam as costas. Não obstante os seus frequentes óculos, não acreditem que eles vejam o conteúdo dos pratos; encontram-se, aliás, no cosmo infinito da inteligência desencarnada. Não tentem prendê-los à Terra. Morreriam. De resto, na verdade, não o poderíeis fazer.

Aquilo de que gosta

– O impossível.

– Todos os peixes, os ovos, o frango, o carneiro.

– Brilhar à mesa, entre outros.

– Que parem de comer para o escutarem.

– Os cereais: as lentilhas, todos os legumes secos, os cogumelos, os abacates, os pepinos, os espinafres, as endívias, os espargos, as batatas, as saladas.

– Todos os frutos, as bananas, as cerejas, figos, framboesas, groselhas, melões, peras, alperces, as nozes, os iogurtes, o queijo, o pão branco, os bolos secos.

Aquilo que detesta

– Os alimentos ricos e fortes — alho, cebola, echalota, as paneladas, o cozido, pratos regionais— e todos aqueles a que falte espírito e finura.

– Que os convidados não notem a sua inteligência.

– Que comam sem o escutarem.

O que é bom para ele

– Em primeiro lugar, a salada cozida, para lhe acalmar os nervos. As proteínas, que o alimentam.

– As carnes magras, a vitela, o coelho, o carneiro. Os peixes de rio. Os ovos. As nozes, para a sua fadiga cerebral, e principalmente os damascos frescos e secos. A soja.

– Muito cálcio: feijões verdes, queijos frescos, leite, iogurte, natas, sumo de couve fresca.

– O cloreto de potássio: ervilhas, espargos, beterrabas, cenouras, aipos. Vitamina D: a salsa, coração-de-boi, óleo de amêndoa doce e principalmente o Sol.

– Calar-se de quando em quando.

O que lhe faz mal

– Ter carência de proteínas, comer molhos, carne de cavalo, de vaca estufada, de porco, de ganso, pato, salmão, miudezas, todas as gorduras cozidas, óleo de amendoim, os açúcares, o chocolate, os sumos de frutos açucarados, a limonada.

– Locais sem ar.

– Os alimentos que fazem gases, as águas efervescentes.

Câncer

À mesa: infância e papas.

É sempre um grande bebê sonhador e silencioso. O seu frágil estômago guarda indefinidamente a nostalgia do passado. É louco pela pastelaria coberta de chantilly. O leite, as sobremesas geladas, os queijos brancos, as farófias, os empadões, as papas, os pudins e todas as coisas untuosas, cremosas, leitosas, lhe lembram a mãe, a sua cadeirinha de menino de madeira esculpida, a sua roca de prata.

Gosta de jantar em família, rodeado por todo o seu pequeno mundo, os pais, os amigos, e reencontrar o ambiente da infância, as toalhas rosadas ou brancas, uma grande mesa, o ambiente de calor humano da sua meninice. Rapariguinha ou rapazito perpétuo, sentir-se-á feliz se bons alimentos gordos e moles lhe escorregam e se derretem na boca com a recordação do berço enfeitado com fitas, do biberão ou do peito materno.

Mas, ai, ele assimila muito bem aquilo que come e os alimentos dão-lhe «proveito», mesmo que os digira dificilmente. Exagerarão os seu lado infantil, a figura redonda rechonchuda, os suaves olhos plácidos. Tem pouco remédio. Tem de aceitar a sua silhueta envolvida e as suas magrezas perpétuas. Tenham a coragem de lhe suprimir as substâncias gordas, os açúcares e os feculentos. Ele não pode ir ao sabor da sua gulodice. Os frutos no começo das refeições deveriam permitir ao seu mau estômago um melhor
funcionamento. A salva, o alecrim em infusões digestivas, podem combater as suas flatulências e prisões de ventre.

Mas que sonhador! A pedra-de-lua, específica do seu signo, caracteriza o seu aspecto de pierrot lunar. Plana. Flutua. Sonha à mesa. E tão distraído que se levanta sem ter acabado, ou mesmo no meio da refeição. Não é possível ter-lhe má vontade, e sobretudo não ralhem com ele. As reprimendas aumentam o seu desejo de proteção, quando têm de o amimar, de o afagar, de serem mães para ele.

Para fazerem que tenha os pés na terra, ofereçam-lhe a sua bebida preferida: um leite-hortelã. O seu pequeno-almoço preferido: corn flakes encharcados num creme baunilhado. O seu merry christmas: rebuçados coloridos, chupa-chupas. Os seus doces infantis: bolo à base de frutos em compota, acentuados por ternas músicas, nursery — ritmos e canções de embalar, que falam de patinhos indo pelo carreiro.

Que é possível fazer por uma pobre criança perdida neste mundo de adultos?

Aquilo de que gosta

– Os alimentos do bebê. É capaz de os roubar no prato, de acabar o resto dos biberões do filho.

– Os lacticínios, os iogurtes. Todos os queijos brancos ou não, a boa sopa, os purês, os fricassés, os molhos brancos, os doces caseiros, os brioches, as compotas, as tartes quentes.

– Enfim, os lanches que lhe recordam a sua infância e todos os pratos que a mãe lhe fazia quando era pequeno.

Aquilo que detesta

– As carnes suculentas, os pratos elaborados ou exóticos, as saladas, os pratos dietéticos.

– As «coisas» duras e violentas, demasiado consistentes, os traumatismos, os maus, os stress à mesa, e principalmente almoçar sozinho, sozinho como uma criança abandonada.

O que é bom para ele

– As sopas, excelentes para o seu estômago. Os cereais, o trigo, o arroz, a aveia, o milho miúdo, cevadinha. Os suflês.

– As carnes brancas e assadas, a caça não preparada, os peixes magros. Os espargos, cenouras, nabos, cercefis, beterrabas, alcachofras, couves-flores.

– O pão de centeio, as tostas.

– Os frutos cozidos ou muito maduros.

– O gengibre excitará um pouco a sua moleza.

O que lhe faz mal

– A boa carne. O açúcar, o pão branco, os feculentos, todos os legumes em folhas, principalmente as saladas. Os legumes crus, os frutos crus, os crustáceos, os peixes e as carnes gordas ou fumadas.

– Os pratos de molhos, as sobremesas, as bebidas gasosas, açucaradas e ácidas, e principalmente a Coca-Cola.

Leão

À mesa: realeza e alimentos luxuosos.

É um senhor. Soberbo e generoso com os grandes, sem piedade para os pequenos, nunca é mesquinho.

As refeições faustosas, os hotéis luxuosos, as iguarias e os serviços de primeira classe são o seu alimento habitual. É um senhor, é um príncipe, é um monarca: que digo eu, um rei! É um imperador. Tem direito de vida e de morte sobre os seus súbditos.

Se vos levar a um restaurante, mostrar-vos-á que tem os meios para vos proporcionar os pratos mais ricos, mais caros. Caca de ouriço-do-mar fasciná-lo-á se for duas vezes mais dispendioso do que o restante. As melhores colheitas estarão na mesa. A refeição é idílica desde que lhe digam que ele é o homem mais belo na sala. É verdade que ele tem um belo aspecto com o seu arminho e sabe maravilhosamente como usar a colher.

E quando a Sr.ª Leão entra num palácio compreende-se imediatamente que ela está no seu lugar. Os gerentes de hotel precipitam-se. Eles sabem como ela conhece a canção. Não é possível enganá-la quanto à qualidade de uma ementa. Ela domina a assembleia e passa os olhos pela carta com um olhar superior. Leva tempo. Compara as especialidades. Ela gosta de tudo, desde que seja bem feito. O seu fantasma-chave incide na palavra impecável, que pronunciará duas ou três vezes, ou mais, se possível.

Seja em casa dos outros, seja em sua casa, o Leão dá muita importância à apresentação. Toalhas sobre a mesa, serviços, pratos, copos, cristais, terrinas, molheiras, têm de ser mais do que perfeitos, bem como os candeeiros, as luzes, as orquídeas, as braçadeiras dos cortinados, e mesmo os slows, valsas de Strauss ou french-cancan.

Não gosta de ser apanhado desprevenido. Os convidados-surpresa aborrecem-no ao mais alto grau. Pode mesmo mostrar-se grosseiro para com eles e as suas grandes atitudes derretem então como neve ao sol. Perdendo a tiara, agarra no chicote dos negreiros para correr com os maçadores.

Não suporta a mediocridade. É preciso que tudo seja superiormente superior. Nada o faz mais feliz do que cumprimentos, que quase sempre são merecidos. 0 seu desejo de estar acima do vulgar torna-o um tanto ingênuo; porém, se desconfia dos seus defeitos, orgulho e desprezo, torna-se adorável e a sua conversa humorista completará maravilhosamente refeições incomparáveis. Irresistível, mais do que encantador, é um dom-joão temível e muitas vezes temido.

Aquilo de que gosta

– Tudo.

– Peixes, carnes em molho, legumes em molho, os molhos. Os condimentos, as especiarias, o queijo, as tartes, os frutos com natas.

– E, em geral, tudo e mesmo o restante, desde que seja perfeito e abundante.

Aquilo que detesta

– A restrição mesquinha, a frugalidade, as rações pequenas e pobres. Os cereais, as saladas cozidas ou cruas, o leite.

– A má apresentação da mesa.

– Pratos lamentáveis diante de convivas lamentáveis.

O que é bom para ele

– Os óleos de germe de trigo, de soja, de noz, de girassol, são bons para a sua fragilidade cardíaca.

– As vitaminas C e E do tomate, da abóbora, cerejas, morangos, ameixas, limões.

– O magnésio das amêndoas, saladas, pepinos, cebolas cruas, alfaces, maçãs, ameixas, laranjas, pêssegos, damascos, figos, noz de coco, nozes, castanhas.

– O trigo, a aveia, a soja, as massas completas, a couve em salmoura, o ruibarbo, as carnes magras, as aves, a pequena caça, os ovos, os queijos, os iogurtes, o fruto da roseira-brava, cristalizado ou em compota, o cinórrodo, o alho, o leite desnatado e a cerveja.

O que lhe faz mal

– As refeições muito abundantes, as grandes quantidades que lhe fatigam o coração: os açúcares, os amidos, as especiarias, os pigmentos, a pimenta, a mostarda, a maionese, as charcutarias, as miudezas, fígado, baço, tripas.

– Os crustáceos, os fritos e as frituras, a manteiga cozida, as azevias fritas, os peixes ramosos, a raia, a cozinha com manteiga, o cozido.

– Os álcoois, o gim, o conhaque, principalmente o uísque; e em especial o tabaco e o álcool enquanto come e o café depois do jantar. Tudo o que pese no coração.

Virgem

À mesa: rigor e legumes em água.

Não se trata de uma Virgem louca, mas de uma Virgem sábia. Ele gosta daquilo que é bom para ele, rejeita o resto, e a lista é mais longa no segundo caso do que no primeiro. Sofre dos intestinos, é o seu ponto fraco. Ele sabe. Quase merece o título de doente imaginário afetado por aquela hipocondria definida pelo dicionário: estado de ansiedade perpétua a propósito da saúde. No tempo de Molière, esta angústia encontrava-se situada ao nível do abdome, por pura coincidência, sem dúvida. Os finos traços do seu pequeno rosto oval e expressivo demonstram toda a melancolia que uma excessiva refeição lhe inspira. Ora, tudo é excesso para Virgem…

Na cozinha, que é muitas vezes o seu lugar de eleição, mais pelo gosto pela ordem e pelo arranjo do que pelo atrativo pelas vitualhas, trabalha com minúcia, método, economia rigorosa, exatidão. Sejam pontuais, se ele vos convidar. Virgem é um signo de rigor. Não aceita as vossas extravagâncias a propósito de nutrição. Preparou-vos uma alimentação sã, legumes cozidos em água, alimentos crus, folhados de trigo com, rigorosamente, uma leve tostadela. O seu espírito prático e prudente vai direto à finalidade. Para que se arriscar ao enfarte por comer demasiado? Duplo esbanjamento.

No restaurante, adora falar dos seus desgostos sentimentais, dos seus aborrecimentos, de dinheiro e de saúde, sem exagero, naturalmente. Sofre apenas, com subtileza e um pouco de astúcia, todas as influências externas. Mas não ao ponto de engolir pratos cozinhados, os cremes, os doces, as refeições apuradas com múltiplos requintes e acompanhados por variados vinhos, que ele sabe serem maus para a sua saúde. Como se julga vítima de mil males antes de começar a refeição, engole umas quantas pílulas rosadas, verdes e azuis, mas também podem ser gotas cintilantes. Cheio de precaução, nunca sai sem os medicamentos.

Dir-vos-á sem vergonha que comeu «antes», porque segue uma dieta muito rigorosa. Não comerá mais do que um legumezinho magro e bem cozido. Não podereis exercer qualquer influência nele. As exortações, os incitamentos ao excesso, as súplicas e pedidos para uma quebra, os apelos a menos firmeza, as seduções, concussões, as cumplicidades, ficarão sem efeito, bem como a exposição de razões que a sua inteligência apreende, no entanto, perfeitamente. A sua vida interior toma a passividade da força de inércia e a sua perseverança levará a melhor a todos as vossas tentativas. Mas por que razão o não deixam à vontade?

Ele tem razão. Come-se demasiado. E mal. Gastam a vossa saúde e o vosso dinheiro. Os seus raciocínios não têm falha porque ele é inteiramente imparcial. É bom, puro, humano. São coisas que contam, mesmo que à mesa teime em só servir endívias. Da refeição espartana que vos impõe, vereis que se retiram alegrias serenas e suaves de que não se suspeita.

Se o amam, descobrireis a simpatia que dele se solta e tem por vós, se bem que não vos fale disso. Se não o amam? Aprendam a conhecê-lo. Amá-lo-ão. Apesar de todos os seus defeitos culinários.

E, principalmente, não esqueçam que ele tem honor a nódoas na toalha.

Aquilo de que gosta

– Poucas coisas.

– Os alimentos crus, as saladas, os legumes cozidos em água. Os cereais.

– Os pratinhos com ervas. As carnes grelhadas, a cozinha salgada.

– As compotas. A água mineral a acompanhar a comida. O chá, as infusões.

– Os alimentos sãos.

– Ordem à mesa. E, como é equilibrada, gosta daquilo que é bom para ela. Sente-se tão feliz por a si mesma impor uma dieta!

Aquilo que detesta

– Como é sensata, detesta aquilo que lhe faz mal.

– E principalmente: os pratos pesados e gordos, os molhos (exceto o iogurte), os pratos indigestos, as especiarias, os rins, as pastelarias, os açúcares, os cremes, o vinho.

O que é bom para ele

– Abacate, nabo cru e cozido, tomate, taráxaco, chicória vermelha, erva-benta, endívias.

– Cenouras, feijões verdes, abóbora, aboboreira.

– Todos os cereais: as batatas, as lentilhas, o arroz integral, a aveia, o pão. As carnes grelhadas magras.

– Os figos, groselhas, amoras, mirtilos, maçãs, nêsperas, limões. Os frutos cozidos, as ameixas.

– A salsa, o cerefólio, o estragão, o tomilho, o louro, o serpão, o funcho, o zimbro, os cominhos.

– Os frutos secos, principalmente: damascos, as amêndoas, as tâmaras.

– O sulfato de potássio, a vitamina D e o creme de castanha.

O que lhe faz mal

– Os pratos cozinhados, as gorduras animais.

– O pão branco fresco e pouco cozido.

– O alho-porró. O agrião. Os legumes secos, especialmente os feijões, todos os  feculentos.

– Os cremes, as conservas, os congelados.

– A charcutaria, as carnes preparadas, as miudezas, as especiarias, o vinho, as bebidas geladas, as águas gasosas e os alimentos que fermentam no intestino.

Balança

À mesa: beleza e sobriedade requintadas.

Atenção! Se a querem seduzir, não a convidem de qualquer maneira. O esteticismo exacerbado é o grande luxo da Balança. Nada de taberna sebenta e cheia de fumo, nem de palácio do banzé. Nada de mau gosto, de receitas assustadoras, de especiarias insensatas, de molhos dementes, de bolos abracadabrantes. Ela não vos fará nenhuma censura. É demasiado requintada para isso. Nem sequer vos apercebereis da sua repulsa. Simplesmente, não se surpreendam se daí em diante recusar os vossos convites.

É sensível, culta, verdadeira, pura, desinteressada. Ama tudo o que diz respeito à arte, beleza, e, indo mais longe, ela é a beleza.

Comerá discretamente, sem ter esse ar, ou espetará claramente no vosso prato uma migalha «para provar» o que pode tornar-se exasperante, porque é muito curiosa. Mexilhona, mandará vir múltiplas e delicadas especialidades variadas. Gosta de mesas estranhas, mas decorativas, a novidade elegante, os bolinhos, os canapés minúsculos e coloridos, uma rodela de limão, uma azeitona, um quadradinho de gruyère, três grãos de caviar. «Tudo o que é pequeno é bonito.» A disposição dos, pratos atrai-a pelas suas iluminações, pelos seus reflexos, pelas suas decorações inúteis, mais do que pelo concreto dos alimentos.

Nunca encomendeis para ela enormes pratadas pesadas, batatas com toucinho, paneladas grosseiras gigantescas, pratos regionais acompanhados por salsichas gigantes. Legumes infinitos, vinhos, bagaços depois do café. Enlouqueceria. O seu olhar angustiado pedindo misericórdia indicará que não vai tardar o momento em que se levantará graciosamente para partir com um sorriso misterioso. É preciso que vos ame muito para ficar e aceitar uma pequenina colherada de cada prato, dizendo: «Oh, eu adoro, mas não ao ponto de comer!»

Ela apenas prova.

Se vos convidar a ir a vossa casa, entrareis num mundo de extrema delicadeza. «Ali, tudo não é mais que ordem e beleza, luxo, serenidade e volúpia.» Com a restrição de que a ordem será talvez desordem, a serenidade alegria, o luxo tomará o aspecto de pobreza e a volúpia de ascetismo, porque aí se esconde o supremo requinte.

Não vos resta senão conquistá-la com a vossa delicadeza. Ela se abrirá então como uma flor maravilhosa. Mas não esqueceis nunca, nunca, que não suporta em absoluto que vos porteis mal, principalmente à mesa.

Aquilo de que gosta

– Os pratos delicados, os petiscos, as saladas complicadas, as pastelarias finas, as aves, codornizes e pombos, os frangos de grãos. A cozinha chinesa, japonesa.

– Os pratos decorados, o petiscar. Os bolinhos secos, bicar no prato do vizinho, provar tudo, comer com varinhas de osso e cortar a carne com facas de cabo de nácar.

Aquilo que detesta

– Os alimentos pesados e grosseiros. Os pratos de molho espesso, difíceis de digerir; os feijões brancos, as batatas, a gordura, e charcutaria com alho, as massas que empanturram, a carne de porco em sangue; as refeições pantagruélicas, as batatas com toucinho, as paneladas sufocantes, os pratos regionais, os banquetes de casamento, as mesas sujas.

O que é bom para ela

– Os espinafres, as saladas, a erva-benta, chicórias, pepinos, alhos-porrós, cabaça, tomate, aipos, cenouras raladas, couves-flores, ervilhas frescas, abóbora-menina, abóbora, taráxaco, limão, alho, estragão, funcho, tomilho.

– Os peixes magros, as carnes grelhadas: carneiro, frango, coelho, vaca. A baunilha, a canela, os frutos vermelhos: morangos, framboesas. As amêndoas secas.

– As vitaminas A e E: óleo de germe de trigo, de soja. O malte, a luzerna, a aveia, o iodo, as algas cozidas, o rabanete-preto, o cobre, a água do Luso.

O que lhe faz mal

– As especiarias, a gordura, a charcutaria, os crustáceos, as conservas, as azedas, os espargos, os cogumelos, o pão branco, o leite batido, os queijos, os figos, as uvas, os damascos secos, as avelãs, as castanhas, as ameixas, as tangerinas, as laranjas, o chocolate, o nogado, o alcaçuz.

– As sobremesas. O creme de castanhas. As pastelarias, os doces, as águas gaseificadas, a cerveja, a cidra, o vinho branco.

Escorpião

À mesa: sensualidade e picantes violentos.

Terrível e perigoso, ardente como a sua cozinha, o Escorpião deslumbrar-vos-á com os seus conhecimentos culinários. Como é evidente, nada daquela alquimia complexa que se verifica nas provas de cozinha mais misteriosas lhe escapa. Os poderes escondidos do homem fazem parte da sua ciência e é um delicado gastrônomo. Usará para vos seduzir todos os seus conhecimentos demoníacos, destruição e regeneração, o estranho, o açucarado e o apimentado, um pouco de magia negra. Por que não? Estais, pois, avisados.

Estejam em forma para irem a sua casa. Um pouco de relaxamento no patamar. Em jejum desde a manhã, com uma colherada de azeite no estômago para preservar o pobre órgão dos traumatismos que vai sofrer, eis-vos prontos a ingurgitar uma cozinha indiana explosiva, massas estranhas e violentas regadas de harissa, pigmentos vermelhos, especiarias desconhecidas, molhos virulentos, excitantes eróticos, ingredientes afrodisíacos, fortes, fortes, fortes.

É o maior sexual do zodíaco. Não sabiam? Fato útil de conhecer, tal como a sua tendência para o ocultismo. Nada o detém nestes domínios. Não vos matará a sede com palavras, mas com misturas a 95°. Não podeis recusar. O seu mutismo serve-lhe de escudo. A sua vontade impõe os seus desejos. A sua energia sustenta as suas paixões.

É vosso amigo? Tanto melhor. Os seus sentimentos íntegros, duradouros, são inabaláveis. É vosso amante ou vossa amante? Ai, ai! A força do seu olhar desconcertante perscrutará até aos menores pormenores o cândido azul da vossa íris para saber, entre a pêra em gengibre e o queijo com pimenta, se o seu ciúme se justifica realmente. Amigos, amantes, inimigos, tudo é bom para roer a sua alma vermelha e negra, tão extremista que a si mesma se rói em segredo.

Ser-vos-á preciso muita engenhosidade para tomar a iniciativa e convidá-lo. Todas as dificuldades vos esperam. Não podeis contentar-vos com o mais ou menos: é um autêntico perito. Atenção, comidas pouco condimentadas condenam-vos ao fiasco. Não tenham medo de despejar o pimenteiro na sopa e de lhe colocar a mostarda ao alcance da mão. Por desgraça, não podeis agradar-lhe sem o prejudicar. A sua saúde reclama salada cozida, perfeita para lhe acalmar os nervos e a libido delirante; ele, porém, abomina-a. Só as gorduras, os estimulantes e as substâncias que inflamam, horríveis para o seu organismo, o interessam.

É inútil empregar o raciocínio. Obteríeis o resultado contrário. O Escorpião destruidor ama o perigo. Polícia, detetive, espião, agente secreto duplo, mesmo triplo, acumula emoções fortes. Não apeleis para a sua ternura, ele só conhece a dureza. Tem medo? Por quê? Basta preparar-se. Ou abandonar-se…

Aquilo de que gosta

– A cozinha indiana, a cozinha africana. Os ingredientes afrodisíacos, todos os excitantes sexuais: os pigmentos vermelhos, as especiarias, os molhos violentos. Tudo o que é forte.

– Os peixes, as carnes fumadas, as carnes vermelhas, as tripas, o cuscuz.

Aquilo que detesta

– A salada cozida (perfeita, contudo, para serenar os seus órgãos genitais e os seus nervos). Os legumes verdes cozidos. Todos os calmantes, que no entanto, lhe são necessários para lhe serenar os ardores.

O que é bom para ele

– Todos os cereais: o arroz integral, a soja, o alho, as vitaminas B, C, E, A, os legumes verdes: espargos, acelgas, aipos, couves, agrião, cenouras, feijões verdes frescos, alface, erva-benta, taráxaco, nabos, alhos-porrós, rabanetes rosa e negros, tomates, girassol.

– As carnes vermelhas grelhadas, cavalo, vaca, carneiro.

– Os frutos frescos: amêndoas frescas, avelãs, nozes, morangos, groselhas, melão, framboesas, amoras, pêssegos, maçãs, uvas.

– Uma compota de frutos, quotidiana.

– O leite, os queijos, os queijos brancos, o iogurte, os ovos, sal marinho em pequenas quantidades.

– Um pouco de vinho tinto e de uísque.

– O sulfato de cálcio.

O que lhe faz mal

– As especiarias (impossível evitar).

– Pimenta, harissa, caril.

– As gorduras, a manteiga, as natas, carne de porco. Os crustáceos, as conchas, as conservas, os congelados, as sopas em pó, as carnes e peixes defumados, as miudezas, a maionese, o vinho branco, pastelarias.

Sagitário

À mesa: discussões superiores e abundância.

Ele escolherá um restaurante bem situado e de fama. Sabe que a alimentação ali será rica, abundante, que o ambiente calmo lhe permitirá uma conversa séria e circunspecta. Dirige a vida do seu espírito para as mais altas aspirações, sem que por isso esqueça os alimentos que a sua alta estatura e a sua confortável corpulência reclamam.

Discutir à mesa é o seu grande desejo. A abundância em todas as coisas opostas alegra-o porque é o sinal da coesão. Com ele não se brinca no que toca a consumo. Durante a refeição, tereis direito à história completa da política de cada país. Conhece-a perfeitamente, bem como os nomes dos corredores de automóvel, as últimas descobertas dos grandes pensadores ou as audácias aventureiras das empresas mais arriscadas.

Comerá abundante e pesadamente, embora sabendo que a sua vesícula biliar irá sofrer com isso. Tem, no entanto, uma grande prudência, que aplicará para conter a irascibilidade do seu temperamento bilioso. É um grande senhor cheio de nobreza.

Se pensais em lhe agradar, convidai-o portanto com desportistas de fama, dançarinos, pessoas cultas e, de preferência, interessantes, cujos argumentos educados sejam atraentes. Detesta ter imbecis à mesa.

Interessa-se por cavalos, por corridas, por viagens. Faz política. De boa vontade seria ministro, cardeal, juiz, professor. Apaixona-se pelo mundo sábio do alto sacerdócio, da lei, do ensino.

Apenas um defeito equilibra esta prudência: é jogador. Com uma jogada de dados, oscilará da sotaina à aventura, da filosofia às viagens, da reflexão à vida ao ar livre, e vice-versa, com uma penetrante intuição daquilo que lhe convém.

Estais disposto a acompanhá-lo no seu duplo destino? Ou simplesmente a convidá-lo por uma noite? Tanto num como noutro caso, deveis abastecer-vos com muitas provisões para a viagem. Nada de fracos argumentos, tanto filosóficos como nutritivos. Quer estejais nas faldas do Quilimanjaro ou sentados à mesa da casa de jantar, ele espera dignamente que lhe encheis o estômago.

Aquilo de que gosta

– Os pratos com molho, os alimentos ricos, as refeições abundantes, a qualidade.

– A carne de porco, as carnes gordas, de cavalo, os açúcares, o chocolate, as carnes vermelhas e tudo o que é mau para o seu fígado. Falar durante toda a refeição de equitação e de política internacional.

Aquilo que detesta

– Os alimentos tristes e pouco abundantes. As dietas. A frugalidade, o debicar. Os peixes, exceto o salmão e o linguado.

– Os bolos secos.

– Ter um imbecil à mesa.

O que é bom para ele

– Praticamente, todos os legumes e todos os frutos, exceto os abacates. Legumes de recomendar: espinafres, alface, feijões verdes, cenouras, chicória, couves, nabos, aipos, agrião, taráxaco, rabanetes vermelhos e pretos, batatas. Frutos particularmente benéficos: cerejas, cássis, marmelos, morangos, groselhas, mirtilos, limões, laranjas, pamplumossas, maçãs, ameixas, ruibarbo, uvas, leite de coco.

– As carnes brancas: galinha, vitela. As carnes vermelhas, grelhadas ou escalfadas. Os cereais, a cevada. A salsa e o cerefólio em grande quantidade. As vitaminas B e C. O silício.

O que lhe faz mal

– Refeições abundantes. A carne de porco, as carnes com molhos e gordas. As charcutarias, a maionese, o sal branco refinado, os ovos, as pastelarias químicas, o açúcar, o chocolate, a cerveja, o leite, a nata, o álcool.

Capricórnio

À mesa: frugalidade e pratos equilibrados.

Jantar com um Capricórnio masculino ou feminino nunca é muito alegre. É uma frugal interiorização e, além disso, quase chega ao ponto de exteriorizar as suas restrições. Começa a refeição falando de todas as suas infelicidades, e se ele é infeliz! Tereis direito, desde os acepipes, à lista completa das suas angústias. Põe-vos em perigo de redondamente vos tirar o apetite.

Se vos convidar, não comereis em abundância. Em cima da mesa nada há a mais, porque detesta a confusão, o esbanjamento. Fora com variações, que só servem para enfeitar as aves com batatas fritas em forma de casinhas, ou rosas de açúcar em grinalda em volta do bolo!

Em compensação, nada vos faltará. Um pouco menos rigoroso do que Virgem, serve aquilo que é necessário, nem a mais, nem a menos. Não é avaro. É muito justo, é sério. Enfim, seria perfeito se não fosse tão sério.

Felizmente, tem com frequência um humor frio, que vos faz viajar por um universo dividido entre o pessimismo e o gracejo ao vivo, porque sabe maravilhosamente rir de si mesmo e dos seus problemas.

Se aprendeis as suas frases claras e francas à Woody Allen, o feitiço sinistro da refeição evaporar-se-á suavemente e, por pouco que lhe ofereceis dos pratos «distrativos», coloridos e gostosos, saltará inteiramente dos gonzos. Um copo ou dois que o façam beber arrastá-lo-ão cada vez mais na narrativa fantástica das suas metamorfoses, que se tomam um fresco humorístico (D. Quixote e Justine de Sade). Mas, iludido pelo ambiente descontraído, não entreis no seu jogo e nada lhe acrescenteis. Não gosta que se riam dos seus ditos. A não ser que tenhais mais espírito do que ele.

De qualquer modo, levará horas a digerir, principalmente pratos condimentados, com molhos ou alcoolizados. Só os pratos confortantes acalmariam os seus azedumes, pois tem uma digestão fria.

Seja o que for, falha. Ele digere mal. A culpa será vossa. Ele acusar-vos-á de o terdes «enfartado», quase envenenado e… corrompido. Talvez com humor.

No entanto, é muito fácil de seduzir este falso sinistro Capricórnio. Basta batê-lo em velocidade. Uma decoração calorosa, um lindo sorriso, frases chistosas, pratos alegres, um vinho capitoso e as receitas dos seus pratos favoritos facilmente vos darão a vitória.

Aquilo de que gosta

– Na verdade, de muito pouca coisa.

– Teima na restrição e muitas vezes cria carências afetivas e alimentares. Seleciona os cereais, os jantares sérios e sãos. É um frugal interiorizado. Gosta das coisas que alimentam com um pequeno volume e que não se tornam caras.

– Não quer que lhe falte qualquer coisa. Mas nada de excesso. Nada a menos, nada a mais.

Aquilo que detesta

– A desordem, o esbanjamento. Deixar sobejos no prato, os ornamentos inúteis, a mostarda, os bolos, o presunto cru, o salame, as charcutarias demasiado gordas.

O que é bom para ele

– Fosfato de cálcio, proteínas, alimentos energéticos, que libertem calor. Carnes magras, vitela, galinha, carneiro, coelho.

– Presunto cozido, alheiras.

– A cevada, a aveia, o trigo, os ovos.

– O pão integral, o pão duro, as massas, as lentilhas, as batatas, os legumes secos; a soja, os pepinos pequenos, as saladas verdes cozidas e cruas, os tomates, as couves-flores, o aipo, os feijões verdes, os pepinos, os alhos-porrós, os rabanetes, as cenouras, as alcachofras, a couve cozida, as beterrabas vermelhas, as azeitonas.

– O gengibre, o açafrão, os cominhos, o funcho, o louro, o cerefólio (folha da alegria), a salsa, o tomilho.

– Os morangos, as framboesas, as amoras, os figos, as ameixas, os marmelos, as castanhas, as avelãs.

– Os iogurtes, os queijos brancos, os queijos secos, os doces, o sumo de limão e a água mineral.

O que lhe faz mal

– As especiarias, os molhos, as gorduras. Todos os rins, moleja de vitela, mioleiras, anchovas, sardinha, salmão, perca, bacalhau, truta, crustáceos, caças, espargos, os condimentos, o chocolate, a maionese e o álcool.

Aquário

À mesa: originalidade e iguarias estranhas.

O azougue, antigo nome do mercúrio, representa o Aquário em todos os seus aspectos. Este vive pelos nervos. Elétrico, dinâmico, impondo-vos a sua personalidade ousada e fantasista, arrastar-vos-á para restaurantes «típicos» e desorientar-vos-á completamente com pratos estranhos vindos, aliás, de onde nem sequer suspeitáveis a existência. Um ovo chinês com a idade de cem anos, lombos de vaca virgens alimentadas com cerveja, cozinhadas mesmo na vossa mesa numa caçoula imperial, um aligotespesso do Auvergne com queijo da região, são as suas sugestões mais clássicas. Os serões passam-se no imprevisível da novidade.

Detesta a banalidade. O presunto com batatas em palitos entristece-o. As suas invenções estão à altura das suas idéias avançadas, fraternidade, união dos povos, ciências novas, liberdade. É um pioneiro mesmo na cozinha. Em sua casa, tudo é de esperar. Como o seu total altruísmo vem depois do seu desdém pelas convenções e da peneira do seu egoísmo, não pode corrigir o seu mau caráter e transformará o seu convite em ousado happening. O ambiente conta acima de tudo.

Do salão feito à sua imagem, original e especial, cheio de vibrações, vê-lo-eis pular em pano de fundo, da cave ao escritório, infatigável, sempre novo, mexendo com ferramentas insólitas em torno de ervas surpreendentes, de frutas bizarras, de singulares cafés turcos.

Quereis encantá-lo? Surpreendam-no, indo mais longe do que ele. Não lhe sirva uma refeição chinesa vestida de gueixa ou peixes crus em ambiente taitiano, a não ser que vá até ao fim. Não tenha medo do desmedido, do fantástico, do excêntrico, do enorme, se bem que seja arriscado. Corra o risco e evite um erro imperdoável. A fluidez do seu espírito ultrapassa a velocidade da luz. Ele vos julgará num simples relance de olhos só pela disposição dos talheres.

Tem medo de se enganar e prefere nada fazer a correr o risco de falhar? Erro, ignorar-vos-á então definitivamente.

Ufa! A força de engenho, haveis conseguido uma refeição inédita, personalizada, num clima enervante, altamente espiritual e estranho, como ele gosta. Haveis ganhado. Ele está conquistado.

Continuai lúcido. Com ele nada está definitivamente ganho. Tudo é para refazer, para criar de novo, a cada instante, o mesmo espanto. Com a sua maneira inesperada e brusca de agir, apanhou-vos entre os dedos como uma maré viva, pior que um peixe.

Aquilo de que gosta

– O exotismo.

– A desambientação, as cozinhas chinesa, taitiana, etc. Os pratos  estranhos vindos de outros lados, num ambiente especial. Os pombos, as codornizes, o salmão, as trufas, o caviar, os linguados.

– Os frutos exóticos, mangas, papaias, etc.

– As pessoas excêntricas.

Aquilo que detesta

– A banalidade.

– As iguarias grosseiras ou simples.

– Comida de campo, o que é pesado: o cozido, o chouriço de sangue com batatas, as sopas, salvo se a incongruência domina. Batatas com toucinho.

– O jantar sem cerimônia.

– As refeições de família, o restaurante da esquina.

O que é bom para ele

– Os legumes frescos: espargos, alcachofras, cenouras, milho, couve, erva benta, taráxaco, alhos-porrós, tomates, espinafres.

– Cereais: aveia, centeio, trigo, arroz integral, um tanto feculento. Carnes magras: vaca, vitela, aves, coelho.

– Peixes: pescada, azevia, atum, linguado, badejo.

– Frutos muito maduros: pêssegos, ananases, cerejas, morangos, mirtilos, peras, maçãs, figos frescos, laranjas.

– Óleo de noz. Leite coalhado. Sumos de frutas. Mel. Doces de papoula, grãos de mostarda. Água mineral em grande quantidade. Vitaminas C e E: cálcio, sódio.

O que lhe faz mal

– Pratos pesados. Especiarias, pigmentos, sal, cebolas, alho, agriões, chá, café, tabaco, álcool. Tudo o que pode enervá-lo ou aborrecê-lo.

Peixes

À mesa: misticismo e alcoóis.

O signo mais etéreo do zodíaco, aquele cujo espírito voa para as esferas elevadas e que conta no seu palmares os maiores místicos de todos os tempos, de que Nostradamus, Peixe ascendente Peixe, se apresenta em paradoxo na alimentação como no restante.

Difícil de compreender, impossível de acompanhar ou de apreender, agente duplo, nadando entre duas águas, o Peixe alimenta-se de mistérios e de contradições.

Como o Sr. Peixe, a Sr.ª Peixe ama a pureza dos alimentos espirituais e a embriaguez dos grandes impulsos alcoólicos. Tudo aquilo que exalta o mental os droga e toda a droga os arrasta mais para o alto na busca da eternidade.

Não se riam se o Peixe fizer uma oração antes de se sentar à mesa e não chorem se ele a continuar no seu copo de vinho. Como o seu ponto forte é o fígado, os excessos, tabaco e álcool, suporta-os muito bem, sem que desçam até ao seu ponto fraco, que é o pé. É o seu drama, pois possui tudo para se tornar um divertido alcoólico ou um neurastênico sóbrio e triste.

Tem tendência para vos levar a um restaurante macrobiótico porque acaba de ter a Revelação. Foge dos grills especializados nas grossas carnes vermelhas e das espetadas para carnívoros vulgares. No momento em que, resignado, fazeis boa cara à má sorte, o aperitivo anódino inverte a situação.

Do misticismo passa-se a uma alegria carnal. Faz-se razia nas amêndoas e nas nozes dos zakuskis. Atacam-se os rabanetes, que combatem com os seus fosfatos uma fadiga perpétua. Do vegetarianismo chega-se aos crustáceos. Interessa-se depois pela refeição propriamente dita. Adora-se aquilo que se queimou. Os pigmentos, que o Peixe detesta com tudo o que diz respeito ao sexo, descomplexam-no, põem-no alegre, e a vossa conversa, que lhe sensibiliza o espírito, encanta-o, seduza-o, transformando a sua hipocondria em esquecimento contraditório e cintilante.

Cereais e iogurtes, ou grande festa com champanha? Nunca podeis saber com antecedência aquilo que o misticismo do Peixe decidiu escolher para o vosso aniversário. Se o amais, deveis preparar-vos para toda a renúncia alimentar. E preparai-vos também para uma indigestão se ele decidiu «dessa vez», porque ele, ao contrário de vós, não tem fígado.

A não ser que sejais, também, um Peixe imprevisível, asceta, vaporoso, cambiante e loucamente impenetrável!

Aquilo de que gosta

– Fazer dieta, estar em jejum, tornar-se macrobiótico ou vegetariano, salvar o mundo pela lei e por uma lei alimentar equilibrada.

– Sobriedade, sem nocividade, exercício físico, ar puro, alimentação racional: cereais, carnes brancas, frugalidade, álcool e tabaco. Comer depois de um pequeno copo de vinho tinto.

Aquilo que detesta

– O presunto gordo, o salsichão com alho, a massa, os hamburgers de carne de porco de má qualidade, o salgadinho muito salgado, a carne fumada mal conservada, os pratos de molho indefinido, as gorduras animais, os feijões secos.

– Comer sem ter bebido bem, para ganhar coragem.

O que é bom para ele

– Cenouras, alface, taráxaco, rabanetes-pretos, espargos, berinjelas, aipos, abóbora, pepinos, couves, agriões, chicória, feijões frescos, salsa, tomate, girassol, batatas, alho, cebolas, abacates, azeitonas.

– Cereais: trigo, arroz, aveia, milho, cevada, cuscuz.

– Carnes brancas: vitela, frango, coelho.

– Plantas aromáticas: funcho, estragão, alecrim, etc.

– Frutos: morangos, cássis, paras, maçãs, groselhas, uvas, cerejas, mirtilos.

O que lhe faz mal

– Tabaco, álcoois, aperitivos, vinhos.

– Feculentos, pão de farinha peneirada. Carne vermelha ou conservada, salgada, fumada. Charcutaria. Pratos em molho, gordura animal. Feijões secos.

– Especiarias, fígado, coração, crustáceos, queijo fermentado, camembert, açúcar, doces, chocolate, coca e todos os excitantes que o levam a afogar o seu misticismo nos bons vinhos, das grandes lavras e todos as provas em caves.

Vendedora de Frutas – Vincenzo Campi

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