Astrologia Medieval

Astrologia: da rejeição patrística à apologética medieval

J. M. da Cruz Pontes

Universidade de Coimbra
Hvmanitas – Vol. L (1998)

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A concepção cosmológica clássica, assim como a filosofia, forneciam uma estrutura científica e um fundamento que permitiam estabelecer relações causais entre o mundo superior e o mundo inferior, ou seja, entre os corpos celestes e o mundo sublunar. A astrologia pretende apresentar-se como ciência que procura estudar e conhecer a influência dos astros sobre a vida terrestre e sobre os próprios homens. Especialmente, propõe-se prever o futuro, pois crê que certos acontecimentos dependem da posição dos astros no momento em que ocorrem.

A astrologia surge unida à religião, ou seja, à astrolatria, culto ou “adoração dos astros”. Ε da astrolatria que resulta, como consequência direta e necessária, a astrologia. Esta poderia afirmar e defender a ação dos astros sobre o mundo, sem todavia os divinizar. Mas a verdade é que, historicamente, a astrologia surgiu da astrolatria e derivou dela, constituindo-se como um elemento do astralismo. Implícita no astralismo e, mais ainda, na astrologia, está a perspectiva — característica da filosofia estoica — de que existe uma semelhança e uma recíproca simpatia entre o homem e o universo. O homem é um microcosmo, que, de certo modo, faz parte do universo, o macrocosmo.

Nasceu ligada à religião e as suas origens situam-se na Babilônia, a partir dos séculos VI e V a.C. Da Babilônia passou para a Grécia, cerca do século IV a.C. Com os Gregos, a astrologia constitui-se como ciência, com um suporte filosófico na unidade cósmica formada por quatro elementos (água, terra, ar e fogo), a que se junta um quinto elemento, o éter, em permanente troca de ações e reações entre si.

Fica unida a uma série de ciências ocultas, que terão aceitação até ao Renascimento, tais como a alquimia, a medicina astrológica, a magia. Os Gregos introduziram a astrologia no Egito. Na Escola de Alexandria, os seus progressos acompanharam os da matemática e, assim, aquela como que obteve um estatuto e dignidade de ciência.

Entre os Romanos, tinha aparecido por ocasião das guerras púnicas, trazida pelos escravos orientais, gregos na maior parte. Em Roma, a astrologia teve antagonistas, mas encontrou também defensores, entre os quais está o Sêneca das Quaestiones naturales.

Por outro lado, entre os cristãos, será combatida e considerada uma arte diabólica. Segundo Pierre Duhem, a obra apologética dos Padres da Igreja conduzia-os necessariamente a ocuparem-se da Física e da Astronomia. Era-lhes necessário preparar os fiéis para se não escandalizarem ao compararem a descrição da criação do mundo, no relato do Gênesis, com aquilo que os pagãos afirmavam sobre a natureza dos céus e dos elementos. Para conciliação entre as doutrinas puramente humanas e a revelação divina surgiram os comentários sobre os seis dias do texto bíblico1.

1 PIERRE DUHEM, Le Système áu Monde, II, Nouveau tirage, Paris, 1954, pp. 393.

O primeiro comentário da Patrística grega sobre o Gênesis é de Orígenes. Sobre o tema escreveram S. Basílio e S. Gregório de Nissa. Na Patrística latina, Santo Ambrósio fez homilias acerca dos dias da criação. Muitas vezes parafraseia ou mesmo traduz de S. Basílio, em cuja obra foi estudar a exegese bíblica, quando imprevistamente se viu eleito bispo de Milão. Sabemos quão numerosos foram no período patrístico e, depois, ao longo da Idade Média, os comentários sobre a descrição dos seis dias, intitulados quase todos, com variantes de pouca importância, Hexaêmeron.

A ciência dos autores da Escolástica é incomparavelmente superior à da Patrística, a partir do momento em que, no século XII, começam a ser postas em latim as obras dos grandes autores árabes. Guilherme de Auvergne, nascido em Aurillac antes de 1180, e que morreu em Paris em 1249, depois de aí haver ensinado teologia e ter sido bispo, surge-nos como um dos primeiros autores do mundo latino que se deram conta da importância da ciência grega e do saber dos Árabes. O seu De universo, constitui, conforme diz Duhem, a transição natural entre os antigos tratados sobre o Universo, compostos por Isidoro de Sevilha, Beda, etc, e os enciclopedistas da segunda metade do século XIII, como Alberto Magno e Vicente de Beauvais.

Acerca da influência dos astros nos movimentos do mundo sublunar — exceto sobre o livre arbítrio do homem — o estudo de Thomas Litt deixou demonstrado que S. Tomás de Aquino a aceitava2.

2 THOMAS LITT, Les Corps celestes dans l’univers de Saint Thomas d’Aquin, “Philosophes Médiévaux”, T. VII, Louvain, 1963.

O problema que nos interessa é a questão da influência dos astros na vida humana, de tal modo que os acontecimentos da existência de cada um poderiam ser previstos. A Idade Média aceitou que havia uma relação entre os movimentos dos corpos celestes e os acontecimentos da vida terrena. Isto não era, porém, ingênua crença ou superstição, mas uma concepção considerada como científica. A “idade da Fé” — conforme tantas vezes e com razão é denominado o período histórico entre o fim do mundo greco-romano e o Renascimento – logo de início rejeitou o fatalismo astrológico, que restringia a liberdade humana.

Os Padres da Igreja opuseram-se sem hesitação às crenças supersticiosas. Mas, por vezes, eles mesmos, que as combatiam, parecem aceitar que os astros exercem influência sobre a vida humana. Apontemos como exemplo Gregório de Tours, o qual, conforme observa M. L. W. Laistner, no seu tratado astronômico reprovava a astrologia, mas na Historia Francorum refere, sem desaprovação, alguns acontecimentos extraordinários relacionados com as estrelas3.

3 M. L. W. LAISTNER, “The Western Church and Astrology during the early middle age”, em The Harvard Theological Review, XXXIV (Cambridge, Massachusetts, 1941), pp. 251-275.

A visão cristã da natureza, considerada como criatura colocada por Deus ao serviço dos homens, e o simbolismo que se procurava nas coisas, encaminhavam para a aceitação de que os fenômenos celestes — se não eram causa necessária dos acontecimentos terrenos — podiam ser considerados como um sinal, uma manifestação desses acontecimentos. Textos bíblicos, especialmente do Antigo Testamento, autorizavam e confirmavam essa relação, se não causal — do mundo superior sobre o mundo inferior — ao menos simbólica, que, de certo modo, fazia dos astros uma espécie de linguagem de que Deus podia servir-se para falar aos homens. O próprio Evangelho conta como a visão de uma estrela revelou aos Magos o nascimento de Cristo. Já, por exemplo, S. João Crisóstomo, Santo Agostinho e S. Gregório Magno tinham prevenido os fiéis seus ouvintes contra a interpretação astrológica do episódio evangélico4.

4 M. Th. D’ALVERNY, “Astrologues et théologiens au XIIC siècle”, em Mélanges offerts à M. D. Chenu (Bibliothèque Thomiste, XXXVII), J. Vrin, Paris, 1967, pp. 31-50.

Este risco ou perigo de procurar nos textos bíblicos um alicerce para a astrologia, de certo modo havia sido levantado pela interpretação que Fílon de Alexandria tinha feito do Gênesis, no passo em que se descreve a criação dos astros, no quarto dia, “ut sint in signa et têmpora” (Gênesis, 1,14). Fílon, no De opiflcio mundi secundum Mosem, interpretara estas palavras como favoráveis à astrologia. Perante tal apreço, apoiado no texto bíblico, já S. Basílio Magno tinha posto de sobreaviso os fiéis na sua sexta homilia do Hexaêmeron.

Não é preciso demorarmo-nos com a enumeração dos Padres da Igreja que combateram esta astrologia, depois de S. Basílio. São bem conhecidas as páginas de Santo Agostinho, nas Confissões, rejeitando a astrologia em que, ele mesmo, antes, acreditou. No livro V do De Civitate Dei teve de demonstrar que não só as vontades dos homens não estão sujeitas a qualquer necessidade, mas também que a grandeza e a decadência dos impérios não dependem das posições das estrelas. A atitude de alguns autores da Patrística e da Escolástica tem sido objeto de estudos particulares5.

5 Cf. JACQUES FONTAINE, “Isidore de Seville et l’astrologie”, em Revue des Etudes Latines, XXXI (1953), pp. 271-300; M.-Th. D’ALVERNY, “Abélard et Astrologie” em Pierre le Vénérable et Pierre Abélard, Paris, 1975, pp. 611-630; Th. O. WEDEL, The Mediaeval Altitude toward Astrology, Yale University Press, New Haven — London, 1920.

A crença astrológica vai ter novamente defensores, a partir da tradução para latim da obra de um dos mestres árabes, o Introductorium maius de Albumasar. Esta obra foi vertida por duas vezes, a primeira por João de Sevilha, em 1133, e a segunda por Hermann de Caríntia, em 1140. Além do Introductorium maius, Albumasar escreveu o (De Magnus conjunctionibus), que também os latinos traduziram do árabe.

No Introductorium maius encontra-se a alusão a uma Virgem que traz um menino. No De magnis coniunctionibus trata, no primeiro dos oito livros, de todas as conjunções astrais e da sua importância. No segundo livro mostra como os acontecimentos humanos, os impérios e as religiões, dependem daquelas conjunções.

Alano de Lille (1204), no poema Anticlaudianus, manifesta conhecer Albumasar. Citando-lhe o nome ao falar da astrologia, diz:

Mie astra, poios, caelum septemque planetas
Consulit Albumasar, terrisque reportai eorum
Consilium, terras armans, firmansque caduca
Contra coelestes iras superamque furorem.

Naturalmente, a informação vinha-lhe do Introductorium maius.

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O nosso objetivo, aqui, não é determo-nos na influência de Albumasar no mundo cristão, a partir do acesso às versões daquelas duas obras, pois isso foi já objeto de investigação7. Averiguamos é que o De magnis coniunctionibus (De Magnus conjunctionibus) inspirou uma parte de um poema posto a circular no século XIII como sendo de Ovídio. Trata-se da obra intitulada De Vetula, que atualmente se atribui a Richard de Fournival.

7 RICHARD LEMAY, AbuMa’sharandLatin Aristotelianism in the Twelft Centwy, Beirut, 1962.

O De Vetula foi traduzido para francês no século XIV, por Jean Lefèvre. A tradução publicou-se, pela primeira vez, somente em 1861. Mas o poema latino viu-se impresso logo no século XV, em Colônia, no ano de 1479. Recentemente, apareceram, em breve espaço de tempo, duas edições críticas8.

8 P. KLOPSCH, Pseudo-Ovidius De Vetula. Untersuchungen und Text, E.J. Brill Leiden, 1967; D.M. Robathan, The Pseudo-Ovidius De Vetula, KM. Hakkert, Amsterdam, 1968.

Bebendo no Introductorium maius e no De magnis coniunctionibus, Richard de Fournival, escondido sob o nome de Ovídio, profetiza o aparecimento de várias religiões a partir da interpretação de conjunções astrais. Ε anuncia — visto que fala como referindo-se ao futuro, ao colocar-se no lugar e tempo de Ovídio — que a conjunção de Júpiter com Mercúrio, acontecida no vigésimo quarto ano do reinado do Imperador César Augusto, significava que de ali a seis anos um profeta devia nascer de uma virgem. Isso é representado pelo fato de no signo da Virgem o planeta Mercúrio ter mais poder ou força do que em qualquer outro signo.

A astrologia é utilizada assim no De Vetula como que para profetizar o aparecimento da religião cristã e também para mostrar que esta será superior a todas as religiões precedentes. Richard de Fournival elabora o que Albumasar diz no Introductorium maius e no De magnis coniunctionibus.

Citando o De Vetula vemos esta apologética cristã, baseada na astrologia conhecida através da obra de Albumasar, ser aproveitada, entre outros, por Rogério Bacon, pelo discutido autor do Speculum Astronomiae, por Jean Quidort ou Jean de Paris no De adventu Christi, etc.

Temos, assim, a astrologia – combatida pela Patrística – transformada em apologética cristã, mercê da utilização e adaptação feita por Richard de Fournival, no De Vetula, das obras de Albumasar.

Diretamente no Introductorium maius já outros autores se haviam inspirado para fazerem anunciar pelos astros o nascimento virginal de Cristo. Num manuscrito do Vaticano, o Padre Chenu encontrou uma espécie de recolha de “exemplos” para a pregação, em que se lê: “Narrat Albumasar, astronomorum peritissimus, notabilem figuram (…) de constellacione virginis (…) per quod clare describitur virgo mater Christi”.

Num sermão pregado em Claraval aos seus monges, em um dia 8 de Setembro, festa da Natividade de Nossa Senhora, Garnier de Rocheford, nos fins do século XII, citava o poeta “cuius nomen est Albumazar, ita dicens: Orietur sub decano virginis mater Virgo, lactatque patrem, et eidem sólio assidet vir eam non attingens”9.

9 M.D. CHENU, “Astrologia Praedicabilis”, em Archives d ‘Histoire Doctrinale et Littéraire du Moyen Âge, XXXI (1964).

Cesário de Heisterbach, que morreu em 1240, no Dialogus Miraculorum ou Líber exemplorum ad usumpraedicantium, fala nas conjunções astrais como fonte ou origem do nascimento de religiões. Ε encontrou no Introductorium maius a alusão a uma Virgem com um menino que ela alimenta. O próprio Albumasar diz que os cristãos chamam a este menino pelo nome de Jesus. Cesário comenta: eis um pagão que viu nos céus a aparição de uma virgem e o anúncio da religião cristã.

Salientemos que, enquanto as traduções das duas obras de Albumasar e o poema De Vetula circularam entre os meios eruditos, a obra de Cesário de Heisterbach, livro de exemplos para serem utilizados na pregação, difundiu entre o povo esta idéia do anúncio do Cristianismo através da observação dos astros.

Um texto português de fins do século XIV ou princípios do século XV, o Livro da Corte Enperial, constitui uma apologia em língua vernácula da religião cristã, contra Judeus, Muçulmanos e Gentios. Tem a forma de diálogo travado pela Igreja militante com aqueles adversários, na presença do Celestial Imperador, Jesus Cristo.

O anônimo autor deste tratado, de que existia um códice na livraria do Rei D. Duarte e do qual subsiste um único apógrafo na Biblioteca Municipal do Porto, para onde foi levado de Santa Cruz de Coimbra, só tem originalidade literária. De fato, não possui originalidade doutrinal, visto que é constituído quase inteiramente por textos de Nicolau de Lyra e de Raimundo Lulo. Traduzidos para português, coloca-os na boca da Rainha Católica em resposta aos opositores, como igualmente faz quanto aos versos do De Vetula referentes à astrologia anunciadora da religião cristã:

Ante a ley da lua dise o poeta Ovídio será a ley do pllaneta mercúrio quando o planeta jupiter que significa ffe e rreligiom fezer ajuntamento e conjunçom com a planeta mercúrio que esta ante da lua. Ε por que o planeta mercúrio ha muitos rrevoluimentos per muitas magneiras e muitos tornamentos porem aquela ley será cara de creer sobre todalas leis e avera muitas gravezas e muyto peso e muito trabalho e enssynara muitas cousas contrairás aa natureza que tam solamente seram rreçebidas per fe.10

10 J. M. DA CRUZ PONTES, Estudo para uma Edição Crítica do Livro da Corte Enperial, Universidade de Coimbra, 1957, p. 434.

O teólogo franciscano Frei André do Prado, a pedido do Infante D. Henrique, escreveu cerca de 1450 um tratado em forma de diálogo, no qual o autor responde a questões que aquele lhe coloca, propiciando-lhe assim uma exposição dos artigos do Símbolo dos Apóstolos. Ε o Horologium Fidei, conservado em um códice da Biblioteca Vaticana (Vat. Lat. 1068), recentemente publicado, com tradução portuguesa a par da transcrição do original latino, pelo Prof. Aires Nascimento.

Logo no segundo capítulo do Proêmio afirma que nada mais se propõe dizer do que aquilo que julga ser doutrina dos santos, “nil aliud dicerce propone quam quod sancti affirmare uidentur”. Todavia, adiante, apela para Ptolomeu no Quadripartitus e Albumasar no Introductorium maius in astronomiam, que dizem que a esfera das estrelas fixas tem de mover a terra por causa das múltiplas figuras das coisas que nascem e desaparecem na terra, “dicit Tholomeus in quatripartito et Albumasar in introductorio suo, quod stellarum et corruptibilium que suntin terra“.

No capítulo em que se ocupa de Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, tomando o De Vetula como obra de Ovídio e desconhecendo que nela se utilizam as concepções astrológicas de Albumasar, invoca o terceiro livro do poema, que deixa muitas coisas sobre o Deus uno e diz que alguns filósofos admitiram a Trindade e que ele próprio deixa muitos elementos sobre a encarnação do Verbo e sobre a Virgem, embora tenha morrido cerca de quarenta anos antes da vinda de Cristo, “Item Ouidius in tercio libro de uetula uel de mutacione uite multa ponit de uno deo et dicit quod aliqui philosophi posuerunt trinitatem et ipse multa ponit de incarnacione uerbi et de uirgine, licet per 40 annos mortuus fuerit ante aduentum Christi”.

Da astrologia, suspeita e rejeitada pela Patrística, passamos assim, com o contributo da astrologia árabe de Albumasar e da sua reelaboração em apologética cristã, para aquilo que Chenu deu como título ao artigo sobre o sermão de Garnier de RochefordAstrologia praedicabilis.

Os Humanitas, de Pedro d’Ailly a Pico della Mirandola, refutarão a validade da astrologia. Também em Portugal o tratado Contra o Juizo dos Astrólogos, de Frei António de Beja, impresso em Lisboa por mandado da Rainha D. Leonor em 1523, dependente largamente das Disputationes aduersus astrologiam diuinatricem do Mirandola, repercute as controvérsias suscitadas em Itália11.

11 Desta obra somente se conhece um exemplar, que pertenceu ao escritor e bibliógrafo Fernando Palha e foi adquirido pela secção portuguesa da Harvard College Library. Joaquim de Carvalho fez dela uma reedição prefaciada e anotada, que publicou no Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, XVI, 1944, de que fez uma separata de 200 exemplares. O Prefácio e a Nota final foram incluídos nos seus Estudos sobre a Cultura Portuguesa do século XVI, I, Coimbra, Por Ordem da Universidade, 1947, pp. 185-212. Encontram-se na sua Obra Completa, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, II, (1982), pp. 385-403. Ver J. V. de Pina Martins, “Frei António de Beja contra a Astrologia Judiciária” em As Grandes Polémicas Portuguesas, I, Lisboa, 1963, pp. 85-128.

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